domingo, 3 de junho de 2012

Uma saída classista para a violência em Alagoas


Recentemente dois assassinatos no Stella Maris, um pequeno empresário no estacionamento do GBarbosa e um médico no corredor Vera Arruda, capítulos tristes da violência em nossa cidade, geraram uma gigantesca mobilização e indignação pelas redes sociais e nas ruas da capital. Não é de se esperar menos, nos últimos anos os trabalhadores alagoanos e maceioenses tem sofrido com o aumento da violência. Hoje os governos Téo Vilela e de Cícero Almeida amargam a liderança nos rankings de violência no país, por nada fazerem de fato para combater as desigualdades econômicas e sociais em seus mandatos. Em cinco anos são mais de 11.500 pessoas assassinadas, em dados oficiais. Porém estes assassinatos, que chocaram a cidade e reacenderam o debate sobre o combate a violência, não são uma novidade para os trabalhadores, no lado oposto ao corredor Vera Arruda na periferia da capital e nas cidades do interior a morte já se tornou banal, e suas vitimas são em maioria negras e pobres.

Na primeira sessão da Câmara de Vereadores de Maceió, após a morte do médico, discutiu-se o assassinato deste, os vários discursos foram acompanhados dos altos índices de violência, a falácia da política de segurança do PSDB, de medo e a insegurança. A Câmara toda está assustada, o discurso do vereador Ricardo Barbosa (PT) pode resumir o sentimento dos vereadores: “Esse crime nos chocou pela futilidade, o furto de uma bicicleta, e a covardia de um tiro nas costas. Isso numa área nobre, próximo a casa de muitos de nós, onde nossos filhos frequentam”, preocupados com os próprios interesses, como o aumento de seus salários em 2013, os vereadores de Maceió agora demonstram uma “indignação repentina” devido o peso da comoção social gerada pelas mortes no Stella Maris. Porém nada fizeram para combater a violência que acontece todos os dias nas periferias e nos bairros pobres. O que nos leva a ter certeza que nenhuma iniciativa séria por parte dos vereadores, além de bravatas de ano eleitoral, será feita para resolver a violência .

Os trabalhadores e o povo pobre não podem esperar o fim da violência, deixando para que os políticos ricos e a serviço da oligarquia solucione, porque estes só se preocupam quando a violência atrapalha os seus interesses, só vão apresentar saídas para resolver os seus problemas, e não os problemas da maioria da população que são os trabalhadores e o povo pobre.

A política do governo Téo Vilela: Mais policiamento

O governo de Téo Vilela (PSDB) tem como prioridade em sua gestão a segurança: contratação de militares, compra de carros policiais, bonificação por apreensão de armas e a declaração de guerra ao crack. Aparentemente parece que o governo do PSDB foi infeliz em sua política de segurança, mas na verdade é ao contrário, a política fascista de segurança vai indo do jeito que o governador quer, o PSDB tem o histórico de governar com repressão aos pobres e aos movimentos sociais, a desocupação do pinheirinho, a remoção da “crackolandia” em São Paulo não nos deixa mentir. A resposta para a violência é mais policiamento, mais truculência e menos investimentos nas áreas sociais.

A política de segurança do PSDB é uma política de terrorismo que extermina o pobre e usa dos meios mais nefastos para afastar os pobres das áreas nobres usando muros, cercas elétricas, seguranças particulares e carros blindados. Esta política não é por acaso, e sim faz parte de uma política para garantir os interesses da oligarquia e dos ricos. Para manter seus lucros com a especulação imobiliária vale tudo, inclusive remover os moradores da Favela do Jaraguá para longe, para não espantar os negócios e os turistas que chegam no porto de Maceió.

Só uma Saída classista é capaz de combater a violência

Não é possível acabar com a violência aumentando o policiamento da cidade, pois isso em nada afeta as causas reais da violência, que são as profundas desigualdades sociais em que estão imersos nossos trabalhadores, a falta de moradia, de saúde, de educação de qualidade, o desemprego que coloca a juventude pobre e negra com uma única perspectiva: o tráfico de drogas.

Hoje é imprescindível a adoção de muito mais investimento na saúde e de uma nova política sobre drogas que descriminalize e trate o usuário e ponha fim à “guerra ao crack”, mais investimento na educação em todos os níveis e valorização do profissional, ou seja, a destinação de 10% do PIB para a educação pública já, é necessário também uma política consciente de urbanização junto com um plano de obras públicas para reverter o déficit habitacional que hoje chega a 7,5 milhões de residências e o desemprego, o que perto do orçamento para copa e as olimpíadas significaria uma “micharia”. O PSDB, Cicero Almeida e nem mesmo o PT de Dilma, que apoia a política de segurança de Téo Vilela, estão preocupados em governar e reverter a miséria que abala o Brasil.

É preciso um governo da maioria, um governo dos trabalhadores, que não esteja comprometido em cortar verbas sociais da educação, da moradia e saúde para pagar os juros da dívida pública. É preciso que estejamos verdadeiramente comprometidos em resolver os problemas sociais que nos atingem e que tenham prioridade em investir na educação, na saúde e na moradia, para que não se mate por uma bicicleta.



PSTU-AL

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