Nas
últimas duas gestões municipais vimos nossa cidade e nosso estado serem mais
uma vez repartidos entre as elites alagoanas. Os grandes amigos Cícero Almeida
(atualmente, PP) e Téo Vilela (PSDB), com apoio da Presidenta Dilma (PT), seguiram
engordando as contas bancárias dos usineiros e grandes empresários do estado ao
passo que deram continuidade ao projeto de destruição da saúde, da educação, do
transporte, e da segurança pública.
Vivemos
na terceira cidade mais violenta do mundo, com uma taxa de 135.26 homicídios para cada 100 mil
habitantes, a capital do estado em que mais se mata jovens no Brasil. A
juventude da periferia de Maceió se encontra permanentemente nas mãos do
tráfico e sem nenhum direito básico assegurado com qualidade. Temos um dos
piores sistemas de transporte público do país, com uma passagem caríssima.
Apesar de o prefeito se dizer o “prefeito do povo”, está mais do que provado
que não é o povo que decide sobre o preço da passagem de ônibus, sobre quantas
escolas e postos de saúde serão construídos, ou sobre qual será o salário dos
professores e dos médicos.
A
alternativa colocada pelo PT e pelo PDT de Ronaldo Lessa também não é viável.
Lessa já esteve no poder e seguiu perdoando as dívidas dos usineiros e
governando para os ricos e poderosos. Não conseguiu mudar o quadro da educação
e do transporte público, nem conter o avanço da violência. Lessa é mais um aliado
das elites alagoanas, não está com os trabalhadores.
Para
as eleições municipais de 2012 precisamos apresentar uma alternativa da classe
trabalhadora, construída e financiada pelos maceioenses que enfrentam os ônibus
lotados, as filas no SUS e a insegurança em seus locais de moradia. Pelas
mulheres, negros e homossexuais, que são submetidas(os) diariamente, e de forma
mais intensa, à opressão, discriminação e violência em suas mais diversas
formas. Estas candidaturas precisam ser independentes, sem dinheiro da
corrupção, nem de empresários ou usineiros.
É
neste sentido que chamamos a construção de uma Frente Eleitoral de Esquerda com
PSTU, PSOL e PCB, pois são estes os partidos que representam a classe trabalhadora
em todo o Brasil, e por isso precisam estar juntos, sem a presença de partidos
burgueses. Esta aliança precisa se dar em torno de um programa classista e
socialista, com candidaturas auto-financiadas, sem dinheiro de patrões. Precisa
ser uma candidatura que sirva de palanque a todos que não têm voz na sociedade,
movimentos sociais, sindicatos, comitês de greve, movimentos de combate às
opressões e toda forma de organização e manifestação vindos de nossa classe.
Para
nós do PSTU o melhor nome para encabeçar esta frente é o da companheira Heloísa
Helena, que é uma figura construída historicamente pelo suor da militância de
milhares de companheiros no país inteiro, e por isso, precisa se colocar a
serviço dos trabalhadores e dos movimentos sociais, utilizando-se da referência
que adquiriu através de uma vida de muitas lutas, como a marcante luta contra a
reforma da previdência em 2003 e quando marchou junta à população alagoana na
luta contra o Governador Suruagy no 17 de julho de 1997. A candidatura de
Heloísa Helena será capaz de alavancar e fortalecer o programa e as
candidaturas da Frente de Esquerda em todos os setores de nossa cidade. Um nome
que é capaz de enfrentar em pé de igualdade as candidaturas dos usineiros e
seus gigantescos aparatos midiáticos.
Chamamos o
PSOL alagoano a rever a posição de seu partido em seu último congresso
nacional, que decidiu pela ampliação do arco de alianças eleitorais, abarcando
partidos burgueses como o PV e o PDT. Isto aqui em Alagoas seria na prática
construir uma coligação com partidos que estiveram ao lado de nomes como João
Lyra e Renan Calheiros, e para nós isto é inaceitável. Reafirmamos: a existência de uma candidatura
de esquerda e socialista, independente das elites e sem partidos burgueses é
condição fundamental para o fortalecimento de uma alternativa verdadeiramente
classista e socialista que seja a voz dos trabalhadores e do povo pobre de
Maceió!
Direção Estadual do PSTU/AL,
Maceió, 26 de janeiro de 2012.
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