Nestes últimos dias, vimos o que há muito tempo não esperávamos: um processo de radicalização da categoria docente em várias universidades federais. Contam-se 32 institutos federais que aprovaram a deflagração da greve. UFMA, UFS, UFCG estão dentro desse processo. Na UFAL não foi diferente. A votação massiva de apoio a greve, com apenas 8 abstenções e nenhum voto contrário, deixou claro um sentimento de insatisfação das bases com o não cumprimento dos acordos até então firmados entre a direção do ANDES e o governo federal.
Este sentimento já se fazia presente no dia 25 de abril, onde
institutos federais decidiram paralisar suas atividades, para demonstrar
publicamente a cara do Governo Dilma, que, ao contrário de seu discurso, vem
descumprindo os prazos e acordos que tratam de aumento de salários, em
especial. Em vez de cumprir com esses acordos, vem a cada dia cortando mais
verbas da educação e áreas sociais (o mais recente corte foi de mais de 2
bilhões, apenas na educação), além de levar a cabo o desmonte do que
restava da previdência pública. A aprovação da EBSERH, nos últimos
momentos de mandato de seu antecessor Lula, também é reflexo direto do descaso
do governo para com os trabalhadores, em sua grande maioria, usuários de
serviços públicos.
Esses ataques diretos recaem também sobre a juventude. Com o "aniversário" de 5 anos de aprovação do REUNI podemos ver os reflexos claramente negativos dessa política à nível nacional e estadual. Na UFAL existem muitos cursos que não possuem salas de aula suficientes para estudo. O projeto de interiorização da universidade através dessa política fez com que a expansão dos campi para outras cidades fosse feita sem nenhuma qualidade. Exemplos concretos disso não faltam: turmas que tem aulas sem a mínima estrutura para comportar salas de aula. Existem casos de campus que tem aula em colégios, com condições claras de deterioração
Nós,
PSTU – AL, por entendermos a necessidade de uma resposta unificada às medidas
de desmantelo das áreas sociais, como saúde e a educação pública, nos solidarizamos
com a mobilização dos docentes. Entendendo que Brasil é um país com injustiças
sociais, precisamos seguir o exemplo das mobilizações recentes à nível
internacional, contra essas injustiças, politizando o máximo possível a greve.
É mais do que pertinente a reivindicação por uma expansão de qualidade, com os 10% do PIB para a educação pública já. Essa exigência deve vir acompanhada de apoio total à categoria docente. A presença nas mobilizações e a unificação com outros setores consideráveis do funcionalismo público, como o IBGE, SINASEFE, FASUBRA, CBTU, alguns com indicativo de greve e outros, como a CBTU, já em paralisação nacional, também é de fundamental importância para manter a unidade de todo o ativismo presente nessas lutas. Unificar as lutas dos professores, técnicos e funcionalismo, essa é nossa tarefa.
PSTU – AL
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