sábado, 12 de maio de 2012

Acidentes de trabalho e a Socôco







Morreu nesta terça-feira, dia 8 de maio, o operário Adeilton Joaquim da Silva, de 51 anos, que trabalhava na Indústria Alimentícia Socôco, localizada no bairro de Mangabeiras, em Maceió.

O diretor-presidente da empresa, Emerson Tenório, disse em nota oficial que "A Sococo tem cumprido rigorosamente todas as normas de trabalho para garantir a segurança dos funcionários. Esta empresa existe há 46 anos e nunca registrou um acidente desta natureza", (fonte:http://lb.tudonahora.com.br/noticia/maceio/2012/05/08/186415/trabalhador-morre-apos-acidente-em-industria-pericia-identificara-causas/imprimir). Ele também afirmou, com o respaldo do sindicato desta empresa, que não houve explosão da máquina de alto risco chamada autoclave, que o funcionário chegou a ser socorrido pela SAMU (argumentos desmentidos pelas fotos publicadas do corpo) e que o terrível acidente pode ter ocorrido por negligência do próprio operário morto, que não fechou a tampa da máquina corretamente.

O artifício de culpar a vítima por acidentes de trabalho é muito comum entre o patronato. Esta é a alternativa mais cômoda para eles. A realidade nesta e em outras fábricas brasileiras onde morrem milhares de operários, porém, é bem diferente do que conta a sua gerência. Em 46 anos de existência da Socôco houve 1 morte por acidente de trabalho, mas os ferimentos causados pela negligência dos patrões (e não dos operários) são diários e constantes, chegando a inchar as mãos das raladoras de cocos, que também precisam se submeter a terríveis condições de trabalho por não haver outra alternativa em suas vidas.

Esta empresa, como muitas outras, não arca com a segurança dos trabalhadores. O que geralmente ocorre é a falta de manutenção efetiva do maquinário (com substituição, quando necessário) e apenas a manutenção precária, “remendos” na máquina para ela continuar produzindo, assim como todos os equipamentos de alto risco. Até o dia em que a máquina está tão debilitada que explode e mata quem estiver por perto. Assim, o mais provável do que ocorreu não foi fruto de uma “fatalidade” ou “descuido do operador”, como dito pelo diretor-presidente e pelo sindicato da Socôco. Foi descuido dos empregadores que não se preocupam com o bem-estar dos que nela trabalham. Neste processo de negligência à vida humana, quem se beneficiam são os patrões e acionistas, dos quais um deles é o governador de Alagoas Téo Vilela. Os próprios integrantes do sindicato, ao invés de lutar junto com seus funcionários, ficam calados diante de crimes contra a classe trabalhadora para não perder seus privilégios sindicais. 

O que comanda nas indústrias é o lucro, e os seres humanos se tornam máquinas enquanto forem úteis a seus patrões. Suas necessidades humanas não são levadas em questão.

Nenhum acidente de trabalho é tolerável, pois os trabalhadores não vão ao chão da fábrica para morrer, vão porque precisam sobreviver!

O PSTU-AL lamenta a morte do operário Adeilton Joaquim da Silva, presta solidariedade a sua família, amigos e colegas de trabalho, exige a punição dos responsáveis por este crime e chama o(a)s trabalhadore(a)s a se mobilizarem a favor de suas vidas. Diante dessa tragédia, não podemos parar de lutar por uma sociedade humana, ou seja, socialista.

0 comentários:

Postar um comentário