quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MOVIMENTO ESTUDANTIL: ANEL divulga nota de apoio aos estudantes de Medicina Veterinária - UFAL


TODO APOIO AOS ESTUDANTES DE MEDICINA VETERINÁRIA - UFAL
22/02/2011

Autor desconhecido
Nós da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre, a ANEL, saudamos a legítima mobilização dos estudantes de medicina veterinária do polo de Viçosa. Achamos um crime que a formação de um profissional tão importante seja tratada com tamanho desdém por nossa reitoria e que até hoje não existam os laboratórios, nem tampouco o hospital necessário à formação dos estudantes. Somado a isso, a humilhação de ter de ingerir água contaminada, a precarização e isolamento do polo e a falta de professores para atender de forma suficiente a demanda da universidade são problemas que precisam ser solucionados urgentemente.

O curso de medicina veterinária foi criado às pressas para expulsar sem terras da Fazenda São Luís e se insere justamente na lógica proposta pelo governo federal: criar cursos e mais cursos e exibir resultados meramente quantitativos, jogar mais e mais profissionais no mercado sem a garantia de uma formação plena e de qualidade!

A justa reivindicação dos estudantes é em resumo que o curso funcione normalmente e forme os profissionais que se pretender formar. Para isso é necessário denunciar que os principais inimigos dos estudantes no momento é a reitoria de Ana Dayse e Eurico Lobo, e o governo Dilma. Os problemas em Viçosa são fruto de uma expansão irresponsável, sem a destinação adequada de verbas para manter o curso de pé e sem garantir que haja pesquisa e extensão de qualidade, condições obrigatórias para a formação plena de um veterinário.

Vale destacar também que as pretensões de melhorias no polo de Viçosa estão desde já prejudicadas, devido aos anúncios de Dilma e seus ministros de cortes de 50 bilhões de reais no orçamento social, 10% de corte das verbas das universidades federais, além do cancelamento dos concursos públicos, que poderiam aumentar o corpo docente do curso. Enquanto nós estudantes sofremos cortes em nosso investimento, Dilma continua fielmente embolsando os banqueiros com o dinheiro público no pagamento da nossa falsa dívida pública.

Nós da ANEL reforçamos nossa presença nas mobilizações dos estudantes de medicina veterinária e nos colocamos à disposição para lutar contra Ana Dayse e Dilma, em defesa de todas as suas reivindicações. Convocamos também o apoio de todos os ativistas combativos do Brasil para com esses estudantes, que estão travando uma ferrenha luta contra essa precarização desenfreada proporcionada pela reitoria e o governo federal!

PAUTA DOS ESTUDANTES DE MEDICINA VETERINÁRIA - UFAL:
  • Retomada urgente das obras do Hospital Veterinário (Obra oficialmente embargada);
  • Abertura de processo de licitação das obras dos laboratórios específicos (Microbiologia, Parasitologia, Patologia Clínica, Doenças Infecciosas, Inspeção e Tecnologia de alimentos, Histopatologia e Nutrição), laboratórios estes que já tiveram seus projetos e listas de equipamentos enviadas, porém até a presente data nenhum entrou em processo de licitação;
  • Envio de materiais para condução de aulas práticas, tendo em vista a escassez de recursos para execução das mesmas, prejudicando diretamente a qualidade de ensino, além de por em risco quesitos como segurança pessoal, biosseguridade, entre outros de relevância equivalente;
  • Estruturação de todo o curral de manejo de bovinos, sendo este inapropriado para contenção destes animais, sendo necessária a aquisição de um brete de contenção adequado;
  • Melhoria do acesso a Fazenda São Luiz, em fatores como iluminação, pavimentação da estrada, haja visto que em períodos como o inverno, torna-se a mesma intransitável;
  • Abertura urgente de edital vagas para professor, tendo em vista a altíssima relação professor/aluno, como também a demanda que o curso tem em relação as especialidades da área, não sendo assim possível um mesmo professor lecionar várias disciplinas que não competem a sua formação acadêmica;
  • Colocação de uma linha telefônica dentro da unidade;
  • Aquisição de equipamento para apoio às aulas como data show, cujos existentes na faculdade (03 no total) apenas 01 em funcionamento e em numero insuficiente para contemplar aulas necessárias;
  • Manutenção de água mineral para consumo de alunos e Professores, tendo em vista que a água fornecida atualmente é reconhecida por documento da Secretaria de saúde local como imprópria para consumo;
  • Reconhecimento imediato do plano diretor do curso.

VIOLÊNCIA NO CAMPO MARCA INÍCIO DE 2011 EM ALAGOAS

Governo Téo (PSDB) ataca sem-terra em Alagoas

Em Alagoas, o mês de janeiro foi marcado pelo aumento da violência policial no campo, oriunda de mandados de reintegração de posse em áreas ocupadas por famílias de trabalhadores rurais sem-terra.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o governo de Alagoas junto com poder judiciário desalojou 123 famílias, destruindo dezenas de moradias e hectares de alimentos plantados pelos trabalhadores sem-terra. A violência usada durante o cumprimento desses mandados tem sido assustadora. O uso do Bope contra um pequeno número de famílias virou uma constante, mostrando o caráter autoritário do governo estadual e a complacência do judiciário junto ao poder das oligarquias locais.

Uma história de violência

O Estado alagoano se formou enquanto síntese do poder oligárquico sucroalcooleiro, o que em parte substancial explica seu caráter burocrático no que se refere ao funcionamento das instituições; atrasado e dependente, quando analisamos a dinâmica de sua economia; conservador e autoritário, em sua esfera política.

A postura retrógrada dos governos brasileiros ao longo da história, comprometidos com os grandes latifundiários e com a as multinacionais, evidencia incapacidade destes governos, inclusive Dilma, de desenvolver uma política de reforma agrária e deixa clara que esta tarefa está nas mãos da classe trabalhadora.

O governo Lula, que aparentemente se colocava ao lado da reforma agrária e que numa entrevista a revista Carta Capital se comprometeu em fazer a reforma em uma canetada só, apoiou como nunca o agronegócio. Prioriza uma política agrícola de produção para a exportação, tendo como base o latifúndio, o que logicamente eleva o preço dos alimentos no mercado interno e insere o país de forma subalterna no mercado internacional, ficando a mercê das oscilações dos preços das commodities nas bolsas internacionais.

A luta pela terra tende a se agravar, tendo em vista que o Brasil se encontra na rota de investimento das grandes empresas transnacionais. Estima-se que 4,3 milhões de hectares em todo país esteja na mão de estrangeiros. Segundo o Agrônomo e Cientista Social Horacio Martins de Carvalho, “o Brasil é o país que possui o maior estoque de terras agricultáveis, um clima favorável à produção agrícola e governos entreguistas. Essa conjugação de fatores tem facilitado a aquisição de terras por estrangeiros e contribuído decisivamente para a negação da soberania alimentar e a nacional, submetendo os destinos do país às estratégias de negócios das grandes empresas nacionais e transnacionais”.

Nós do PSTU reafirmamos o nosso apoio e nossa solidariedade a todos os trabalhadores rurais sem-terra do estado de Alagoas e nos colocamos a disposição da luta pela reforma agrária, contra o latifúndio e seus aliados, Téo Vilela e Dilma Russeff. Acreditamos que o êxito dessas lutas depende principalmente da unidade da classe trabalhadora em torno de um programa político revolucionário e socialista.


José Humberto Silva Filho, de Maceió (AL)


MOBILIZAÇÃO
No dia 10 de fevereiro ocorreu um ato contra os ataques do governo Téo na praça da faculdade, centro de Maceió. Nesta mobilização, mais de um movimento do campo se fez presente (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL e Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST)  e da concentração do centro, houve uma caminhada até o Porto da capital alagoana. Lá os manifestantes paralizaram caminhões de açúcar e protestaram neste contraditório espaço de Cruzeiros turísticos contra a onda violenta de opressão dos movimentos sociais que vem se configurando após as eleições de outubro de 2010.


 DADOS IMPORTANTES DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS

- Desde os primeiros dias de 2011, o Governo de Alagoas e a Vara Agrária já despejaram 123 famílias ligadas a Comissão Pastoral da Terra (CPT-AL) e destruíram 63 hectares de alimentos, no estado de Alagoas onde cerca de 56% da população vivem na mais extrema pobreza.  
- As reintegrações no estado de Alagoas, são marcadas pela violência, agressões aos produtores rurais, destruição de roçados, queima de barracas e são permeadas por uma campanha midiática de criminalização dos movimentos sociais.
- Desde o fim do ano passado e início de 2011, mais de 550 famílias (em dez acampamentos, contabilizando dados somente do MST) foram atingidas pela ação truculenta do Estado, nas figuras do poder judiciário e da polícia militar.
- Na audiência realizada na última sexta-feira (11.02) no Tribunal de Justiça em Maceió, que contou com a participação dos movmentos: CPT, MST, MLST e MTL, representantes do governo estadual e ausência do representante do INCRA; o Presidente e Desembargador Sebastião Costa determinou que o Juiz Agrário Aryton Tenório suspendesse as reintegrações de posse nos próximos 90 dias, diante dos transtornos graves que podem trazer ao Estado e a sociedade, além disso, cada caso deverá ser analisado separadamente.
 Fontes: CPT-AL, MST.