A luta contra a violência machista deve ser uma luta de homens e mulheres da classe trabalhadora. Quando um trabalhador agride alguma mulher, está ajudando a reforçar a ideologia do patrão e está dividindo os trabalhadores.
A violência contra a mulher é um problema escandaloso em nosso país! Segundo o Anuário das Mulheres Brasileiras, o local em que as mulheres mais sofrem violência é dentro de casa. Xingamentos, agressões verbais, humilhações e ameaças também fazem parte do cotidiano e em muitos lares avançam para a agressão física e até morte. É uma combinação entre violência física e violência psicológica.
As estatísticas são cruéis e as conseqüências desse fenômeno são verdadeiramente macabras. Para cada cinco dias de falta de trabalho, um é decorrente de violência sofrida por mulheres em suas casas. No Brasil, 70% dos crimes contra a mulher acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido ou companheiro.
A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas.
10 mulheres são mortas por dia.
6 em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.
Os números de homicídios de mulheres em Alagoas é o maior de todo o Nordeste. Aqui, 70% dos assassinatos de mulheres são originados por violência doméstica. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, nos últimos três anos, a morte de mulheres em decorrência da violência cometida por companheiros ou ex aumentaram!
Em todo o Estado só existem duas delegacias especializadas para defender a mulher que sofreu violência, uma no Centro da cidade e outra no Salvador Lyra e um juizado para cuidar dos casos com especialidade. Também não existe um centro de apoio e acompanhamento gratuito para quem resolve denunciar o agressor. Há centro de referência, mas estes só são aptos a dar informações e fazer encaminhamentos. A defensoria pública encontra-se abarrotada e o problema da violência doméstica é algo urgente, pois a demora pode significar a vida da mulher. A atuação do Governo do Estado é irrisória para reverter esse problema.
Os motivos que fazem com que as mulheres não denunciem o agressor são a dependência econômica, a preocupação com a criação dos filhos e o medo de ser morta. Por isso, as Casas Abrigo são determinantes para a aplicação da lei, no entanto, de 2007 para cá, o número de Casas Abrigo foi de 65 para 72 em todo o Brasil. Em Alagoas, as casas abrigo sofrem com total falta de estrutura.
A lei Maria da Penha não consegue combater algo que é alimentado o tempo inteiro na sociedade, seja na TV ou no dia-a-dia: o machismo. A lei existe mas, além das suas limitações, há o descrédito e a desmoralização das mulheres que recorrem a ela, pois se acredita que a mulher se arrependerá e que a questão do privado deve continuar no privado e a mulher não deve se aventurar no publico por sentimentos de vingança: o desejo de quem sofre crimes que é viver em paz e ter uma punição para o agressor e receber proteção é desprezado.
Quem é machista pensa que é normal bater em mulher e engraçada uma piada que a ridicularize. O machismo é uma ideologia que ganha força em um sistema social baseado em relações de exploração entre patrões e trabalhadores. Os patrões utilizam o machismo para pagar menos as mulheres trabalhadoras e para dividir a classe trabalhadora.
Governo Dilma não desembolsa dinheiro suficiente para combate à violência!
O goveno do PT, que conta com grande apoio pelas ilusões da classe trabalhadora em Lula e agora em Dilma, faz políticas compensatórias, e não medidas estruturais, que implicariam em expropriar as grandes fortunas, atacar o capital financeiro e tirar a terra dos grandes latifundiários.
A Secretaria de Políticas para Mulheres definiu a destinação de 36 milhões de seu orçamento de 2011 para ser aplicado em programas de combate à violência. Apenas metade desse dinheiro foi realmente utilizado. Já para o pagamento da dívida pública – que vai para o bolso dos banqueiros - Dilma destinou 49% do orçamento da União, o que significa 954 bilhões de reais! Isso nos mostra que não basta ser mulher, é preciso defender a classe trabalhadora!
Por isso, neste dia 25 de Novembro, exigimos:
- Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha!
- Ampliação do orçamento para programas de combate à violência!
- Prisão e punição exemplar efetiva para os agressores de mulheres!
- Implementação dos Centros de Referência da Mulher, centros de apoio de combate a violência contra a mulher, financiados pelo Estado, como parte do sistema de proteção social, com poder de acatar denúncias, garantir apoio jurídico, médico, social e psicológico às mulheres vítimas de violência, com atendimento em tempo integral; efetiva e gratuita.
- Imediata construção de casas-abrigo, com orientação, formação profissional e infraestrutura necessária para abrigar e assistir mulheres e filhos em situação de violência
0 comentários:
Postar um comentário