O vazamento de cloro acontecido na Braskem nos dias 21 e 23 de maio mostra, uma vez mais, o desrespeito dessa empresa para com a vida humana e o meio ambiente. No Pontal da Barra, 175 pessoas foram atingidas. Entre os trabalhadores, seis terceirizados da empresa Mills, contratada da Braskem, precisaram de atendimento hospitalar. Um deles teve uma das pernas bastante mutilada, outro teve o pulmão perfurado. Eles se encontram em estado grave e tiveram que ser transferidos para o hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Entre os trabalhadores da Braskem, os terceirizados são sempre os mais atingidos. Como é possível perceber nos ambientes de trabalho, esta categoria vem crescendo cada vez mais. A terceirização é uma maneira de diminuir os direitos, forçar o ritmo e o aumento da jornada de trabalho e rebaixar salários. A política dos governos permite que empresas como a Braskem/Odebrecht tenha essa atitude de total desrespeito e afronta à classe trabalhadora. Trata-se de uma tática dos governos neoliberais de garantir maior lucratividade para os patrões, intensificando a exploração da classe.
Infelizmente, esse é apenas mais um dentre os inúmeros acidentes graves ocorridos na Braskem. Nos governos mais recentes, FHC (PSDB), LULA e Dilma (PT), o grupo Odebrecht é uma das empresas que mais tem lucrado. Porém, os investimentos em intervenções de manutenção preventiva vem diminuindo. Não vemos este crescimento na segurança de trabalho, nos direitos e nem na folha de pagamento. Ou seja: as explosões poderiam ter sido evitadas.
Os lucros das 500 maiores empresas do Brasil tiveram uma média de US$ 10,7 bilhões ao ano durante o segundo mandato de FHC e de US$ 41,7 bilhões no primeiro mandato do governo Lula, representando um crescimento de 290%, crescimento que se manteve no segundo mandato, apesar da crise internacional.
Um fato que explica como a política desses governos atinge os trabalhadores é o que está acontecendo com os bombeiros do Rio de Janeiro, que foram criminalizados por estarem defendo seus direitos. Eles lutam por melhores condições de trabalho, aumento decente dos salários, pagamento de vale transporte e a não punição dos dirigentes das manifestações e de qualquer lutador da categoria. A solidariedade de classe é uma arma de resistência dos trabalhadores contra os governos subordinados aos patrões, precisamos de unidade para combater a criminalização do conjunto dos movimentos sociais. No último dia 09, a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) se vestiu de vermelho e organizou o Dia Nacional de Manifestação de apoio à luta dos Bombeiros, chamando todos os trabalhadores.
Este é um momento que exige a mobilização dos trabalhadores da Braskem, e da classe trabalhadora alagoana em conjunto! É preciso que a Braskem atenda a pauta de reivindicações dos trabalhadores:
1– Estabilidade de emprego para todos;
2– Admissão imediata de todos os trabalhadores terceirizados;
3– Readmitir os dirigentes sindicais do antigo SINDIQUÍMICA/AL e /ou do atual SINDIPETRO AL/SE, demitidos por perseguição política;
4– Redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, para os trabalhadores de turno de revezamento e em horário administrativo;
5– A Braskem deve apresentar o relatório mensal das condições de segurança, relacionadas às condições de produção aos trabalhadores efetivos e terceirizados, às populações dos bairros do Pontal da Barra, Trapiche da Barra e Vergel do Lago, ao SINDIPETRO AL/SE bem como ao Ministério do Trabalho, Justiça do Trabalho (MPT/PRT), Justiça Federal e órgãos responsáveis pelo meio-ambiente. É necessário que as instituições referentes ao meio ambiente exijam da Braskem medidas para um funcionamento seguro;
6– Em relação às comunidades circunvizinhas (principalmente, Pontal e Trapiche da Barra), é preciso melhorar o sistema de alarme, que têm sinalizado com atraso e também os pontos de evacuação, com ambulâncias equipadas para atender os atingidos.
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - Regional Alagoas
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