terça-feira, 13 de março de 2012

Um “presente” de Dilma para as mulheres trabalhadoras*


            Na semana do Dia Internacional da Luta da Mulher, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou por unanimidade o projeto de lei (371/11) que visa equiparar o salário das mulheres ao dos homens que exercem a mesma função, prevendo ainda uma multa de até cinco vezes a diferença salarial para a empresa que não cumprisse a lei. O projeto foi apresentado pelo senador Marcel Filho, PMDB-RS, base aliada do governo Dilma, e teria um prazo de cinco dias, caso algum senador quisesse entrar com recurso, para então seguir para a sanção ou o veto da presidente. Se o recurso acontecer a proposta tem que ser votada em plenária. Instalou-se um clima de comemoração, em meio ao qual o senador Marcel, ao ser questionado se algum senador entraria com o recurso, afirmou “acho que não, ninguém vai querer comprar briga com as mulheres”. O projeto seria sancionado por Dilma no dia 13 de março, numa solenidade em homenagem ao dia da mulher.  

            No entanto, no dia 9 de março, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e a senadora Vanessa Grazziotin, PCdoB-AM, encaminhou o projeto para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) afirmando que ele estava “mal-redigido” e poderia gerar muitas demandas judiciais. O que aconteceu na verdade é que os empresários de todo país reagiram massivamente contrários ao projeto e ainda afirmaram que tal medida poderia resultar na redução de vagas para as mulheres no mercado de trabalho. A base do governo parece dividida, pois parte está sem entender o porquê do projeto voltar à plenária, já que já foi passado e analisado por diversas comissões.

            Fica claro que lado o governo escolheu. As mulheres correspondem a quase metade da classe trabalhadora, ganhando até 30% menos que os homens, cumprindo ainda o papel de dupla-jornada, já que ao chegarem em casa, ainda têm que lavar, cozinhar e cuidar dos filhos. Essa cultura disseminada de que, as mulheres nasceram detentoras naturais dos afazeres domésticos, isenta o Estado de cumprir com o papel de construir creches, restaurantes e lavanderias públicas e desobrigar as mulheres de mais esse trabalho.
            Além do que, mesmo que o projeto passasse no Senado, apesar de ser uma medida importante, a desigualdade salarial entre homens e mulheres têm base enraizada no machismo difundido pela sociedade capitalista, pelo fato de que as mulheres são colocadas em postos de trabalhos menos valorizados, como indústria alimentícia, têxtil, a maior parte dos funcionários de serviços terceirizados e extremamente precarizados são mulheres.
            Um grande exemplo dessa desvalorização é no ramo da educação: o nível de ensino onde mais há professoras mulheres é o ensino básico, e é nesse nível que os salários são os menores, se apoiando na idéia de que  para ensinar crianças as pessoas não precisam de grande formação profissional já que isso seria algo natural. Mais natural ainda em se tratando de mulheres. Já no ensino superior, onde há os maiores salários, a maioria são homens. A maioria das mulheres estão em empregos que pagam pouco.
             Hoje, temos uma mulher na direção de nosso país, um fato inédito, mas Dilma governa para burguesia e não para os trabalhadores e trabalhadoras. Fato que, ficou comprovado com mais esse ataque às mulheres trabalhadoras.
            Dilma preferiu ficar do lado dos empresários engavetando esse projeto do que melhorar as condições de vida das mulheres trabalhadoras, mantendo a opressão e difusão de que a mulher tem que ganhar menos exercendo o mesmo cargo que um homem. E se o projeto for sancionado diversas alterações serão feitas e não serão em favor das mulheres trabalhadoras e sim dos empresários, sejam eles homens ou mulheres.   
            Dessa forma Dilma Roussef e sua base de governo deixam um presente de grego para as mulheres nesse 8 de março e um importante recado: para estar dos lados das mulheres não basta ser do mesmo gênero, é preciso fazer uma opção de classe e lutar por ela!



*Mariana Pércia, Laís Cavalcante e Laís Gois.

domingo, 11 de março de 2012

8 de março: lugar de mulher é na luta!




Neste 8 de Março, nós mulheres trabalhadoras, teremos muito pouco o que comemorar. Apesar de termos uma mulher na presidência e muitos afirmarem que o machismo é coisa do passado, e que, agora, temos um espaço de igualdade no nosso país. Cerca de 46% do mercado de trabalho é composto por mulheres e recebemos até 30% a menos do que os homens. Ser mulher em nosso país é ser duplamente explorada, é ser submetida a salários menores e ter de arcar com os pesados serviços domésticos que são culturalmente construídos para ser assumidos por nós.

Não bastasse essa dupla exploração, ainda somos submetidas à violência constante. Cresceram o número de ataques, violência sexual e agressões físicas são constantemente cometidas contra as mulheres. A lei Maria da Penha tem sido insuficiente para reverter esse quadro e o governo Dilma parece dar poucas mostras de reverter esse. Pior ainda é a situação do nosso Estado. Alagoas é campeão no quesito violência contra a mulher.

As mulheres do PSTU querem deixar uma mensagem para as mulheres trabalhadoras da cidade de Maceió. Nenhuma confiança nos governos Teotônio Vilela e Cícero Almeida! Eles são incapazes de reverter essa situação de violência a que estão submetidas às mulheres da cidade de Maceió, a capital mais violenta do mundo. É preciso também exigir do governo Dilma que dobre já o salário mínimo rumo ao salário do DIEESE proporcionando igualdade salarial entre homens e mulheres e mais creches em período integral, gratuitas e de qualidade para toda a classe trabalhadora!

- Pelo fim da Violência Contra a Mulher! Punição aos agressores! Aplicação e ampliação
da Lei Maria da Penha!

- Trabalho igual, salário igual! Igualdade salarial entre homens e mulheres!

- Creches gratuitas e de qualidade para todos os filhos da classe trabalhadora!

- Anticoncepcionais para não abortar! Aborto Legal, seguro e gratuito para não morrer!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Contra o aumento da passagem de ônibus! Se o Prefeito não vetar a cidade vai parar!*




                Mais uma vez a passagem de ônibus está subindo em Maceió, agora de R$2,10 para os absurdos R$2,30, e mais uma vez se monta a mesma novela com o mesmo enredo e o mesmo desfecho. Os empresários choram na TV, reclamando do alto preço do combustível e dos insumos, os vereadores juram que não concordam com o aumento, mas tiram o corpo fora, e o prefeito Cícero Almeida, jurando estar com o povo, diz que nada pode fazer para barrar o aumento. Esta novela vem se repetindo por todo o país, e qualquer que seja o Governo, dos partidos da direita ou do PT, o capítulo final acaba sendo sempre o mesmo: intensas mobilizações de estudantes e trabalhadores com dura repressão policial!

Panfleto nacional usado em conjunto pela ANEL e CSP-Conlutas


                Temos aqui um dos piores sistemas de transporte público do país. Não existem terminais de integração, espera-se mais de uma hora por carros de determinadas linhas, que chegam lotados e sucateados, os assaltos e arrastões são uma rotina e os motoristas e cobradores possuem o pior salário da categoria no Nordeste. E o pior é que pagamos proporcionalmente a passagem mais cara do país, levando-se em consideração o tamanho da cidade e a quilometragem percorrida pelos ônibus.

                Nós do PSTU temos plena convicção, ao contrário do prefeito, de que é possível sim barrar este aumento. O prefeito Cícero Almeida diz não poder fazer nada porque está ao lado dos empresários do transporte, que historicamente financiam sua campanha eleitoral, assim como as campanhas de vereadores e dos principais “figurões” da política alagoana. Para nós a única forma de barrar este aumento é a mobilização na rua, com a unidade entre estudantes, trabalhadores, movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda! Façamos uma corrente de mobilizações a exemplo dos lutadores do Piauí, de Recife, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de todo o país! Vamos parar Maceió e barrar este aumento!

Pela revogação imediata do aumento da passagem, R$2,30 não dá!.

Pela melhoria imediata dos serviços de transporte público de Maceió, com mais ônibus, em melhores condições e com salários dignos para os rodoviários!

Por terminais de ônibus que integrem toda a cidade de Maceió!

Pelo Passe Livre para estudantes e trabalhadores desempregados!

Pela municipalização do transporte público em Maceió! Que nenhum empresário lucre às custas de nosso transporte!


*Panfleto do PSTU-AL usado no ato contra o aumento das passagens em Maceió