sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entidades da Ufal lançam nota pública sobre as eleições da Reitoria

Falta de democracia, atropelo das discussões, apadrinhamento político e afastamento da comunidade acadêmica sempre foram marcas da atual administração da Universidade Federal de Alagoas.

Não bastasse o desprezo perante as manifestações e apelos feitos por estudantes, técnicos e professores dos mais variados Campi da UFAL (inclusive com uso da repressão e chantagem quando "necessário") em inúmeros momentos da gestão, a Reitoria e o Conselho Universitário - onde a primeira tem maioria absoluta - resolveu dar mais um golpe na comunidade acadêmica.

Este ano ocorrerá o processo para a escolha da nova administração central da universidade e, como parece óbvio, é hora de fazer um balanço geral dos últimos anos e de toda a política levada a cabo pela Reitoria. Contudo, o "óbvio" para nós não é tão óbvio assim para quem hoje está a frente da gestão.

Como na última eleição ocorrida em 2007, não restam dúvidas de que o peso do aparato será utilizado para beneficiar a candidatura da situação, afinal, como sabemos, além dos privilégios advindos de uma vitória no pleito a gestão atual segue como fiel escudeira das políticas educacionais do Governo Lula/Dilma, responsável direta pela implementação dos conhecidos ataques destes governos à educação pública. Isto sem entrarmos na discussão de que, oficialmente, trata-se apenas de uma "consulta" à comunidade universitária, já que a decisão final será feita pela Presidência da República pois, segundo as regras "democráticas" do estado brasileiro, o cargo de Reitor de uma Instituição Federal de Ensino Superior é um cargo de confiança do Executivo Federal. Porém, para Ana Dayse, Eurico Lobo e companhia, as coisas não podem parar por aí.

Com o claro objetivo de evitar maiores discussões e minar o surgimento de candidaturas oposicionistas quem ganhem peso na comunidade acadêmica, os representantes da situação decidiram antecipar a data das eleições e colocá-las no final do semestre letivo (1º turno) - período em que a maioria dos estudantes já não terão aulas - e nas férias (2° turno). Todavia, tudo aponta que o tiro vai sair pela culatra.

Além da repercussão que esta manobra já tem na universidade, com manifestações de indignação vindas das mais diversas direções, agora, as entidades representativas das três categorias - que formam a Comissão Eleitoral - decidiram lançar uma nota pública repudiando a decisão do Conselho Universitário (Consuni) e propondo a rediscussão da data das eleições.

Nós do PSTU parabenizamos a decisão tomada pela Comissão Eleitoral e reproduzimos abaixo a nota na integra.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Associação dos Docentes da UFAL ADUFAL
Sindicato dos Trabalhadores da UFAL SINTUFAL
Diretório Central dos Estudantes DCE
COMISSÃO CENTRAL ELEITORAL 2011

Nota

A Comissão eleitoral formada por representantes das três categorias da UFAL (ADUFAL, SINTUFAL, DCE), designada pelo conselho universitário (CONSUNI) para conduzir o processo de consulta à comunidade acadêmica sobre a sucessão para reitor da UFAL vem tornar público o seu posicionamento sobre a impossibilidade de se haver eleições na data fixada pelo CONSUNI.

1- Entendemos que a data para ocorrer o processo de votação para a reitoria, estabelecida pelo CONSUNI é um atentado contra a democracia interna da UFAL, tendo em vista que a maioria dos estudantes estará em férias. Dessa forma, se aceitássemos esta data, estaríamos excluindo a participação da maior categoria da Universidade, que hoje, são aproximadamente 20 mil estudantes, condição que justifica a sua existência enquanto instituição federal de ensino superior.

2- É importante ressaltar que estaremos realizando uma das maiores eleições para a reitoria da UFAL, visto que com a interiorização e ampliação de vagas em praticamente todos os cursos, o número de integrantes da comunidade acadêmica aumentou consideravelmente nestes dois últimos anos. Portanto, é de suma importância termos um espaço de tempo amplo para que todos possam expor suas idéias, fazer suas análises e tomar seus posicionamentos sobre todo este processo de transformação da UFAL.

3- É necessário apontarmos também que data limite para mandarmos a lista tríplice para o ministério da educação é 03 de setembro. Assim, a comissão eleitoral, por unanimidade, vem propor a realização de uma sessão extraordinária do conselho universitário para que o mesmo aprecie nossa solicitação de alteração de data para a realização das eleições. Propomos que as eleições ocorram no período de agosto 16 (1º turno) à 23 de agosto (2°turno).

Esperamos que o CONSUNI reveja a sua posição para que a história da democracia interna da UFAL não seja manchada mais uma vez. Almejamos que, a exemplo dos últimos processos eleitorais, possamos realizar um processo democrático, no segundo semestre, sem pressa, e com tempo hábil para que todos possam exercer seu papel na escolha sobre quem estará à frente da UFAL nos próximos 4 anos.

Portanto, deixamos claro que a comissão não lançou nenhum edital de consulta. Nesse sentido repudiamos a exposição e distribuição de qualquer material de campanha, tais como: adesivos, camisas, chaveiros, etc.

Maceió, 27 de Abril de 2011

Atenciosamente,
ADUFAL, SINTUFAL, DCE.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

TV PSTU: GREVE EM FORTALEZA E ATO CONTRA AS DEMISSÕES NO PAC

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Hoje, 141 anos do nascimento de Lênin

Lênin foi um dos personagens mais importantes do século XX.
Figura indispensável na Revolução Russa, foi o grande responsável pelo giro do Partido Bolchevique que culminou na derrubada do Estado Russo e sua entrega ao poder dos Soviets.

Além de sua genialidade como dirigente político, ele se destaca como um dos maiores teóricos da história do Marxismo. Hoje, é impossível pensar a teoria marxista e as estratégias da revolução sem levar em conta as formulações de Lênin.

LÊNIN VIVE E FLORESCE EM NOSSAS LUTAS,
SEU FRUTO É A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES DE TODO O MUNDO!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comunidade do PSTU-AL no Orkut

Para facilitar o contato e a divulgação de informações na rede social com maior número de usuários no Brasil, criamos a comunidade PSTU - Alagoas.

Faça parte você também:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?rl=cpn&cmm=113383789

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pela cassação do deputado Bolsonaro

Cadeia para todos os racistas, homofóbicos e machistas!


Secretaria Nacional de Negras e Negros PSTU
 


• Na noite de 28 de março de 2011 foi ao ar o programa da TV Bandeirantes intitulado CQC – (Custe o Que Custar), no qual foi apresentado uma entrevista com o deputado federal Jair Bolsonaro(PP-RJ).

No decorrer da entrevista, o referido parlamentar, ao ser indagado pela cantora e apresentadora Preta Gil “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria? Eis a resposta literal do entrevistado: “ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu”.

Resposta esta, caracterizada por evidente cunho racista! O Sr. Jair Bolsonaro ao utilizar-se de um espaço midiático para propagar atos que configuram crimes, extrapola a liberdade de expressão para ofender a dignidade, a auto-estima e a imagem não só da pessoa que fez a pergunta naquele momento, mas de toda a sociedade, uma vez que os direitos e princípios constitucionais ofendidos pertencem à toda a sociedade.

A Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, inclui, no seu Art. 20, “que praticar, induzir ou incitar a descriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime passível de reclusão de um a três anos e multa. Tendo em vista a possibilidade de sua ação ter uma consequência jurídica, o deputado vem tentando mudar o foco de racismo para uma ação homofóbica, já que a homofobia ainda não é criminalizada no Brasil. Contribuindo assim para manter na impunidade os praticantes de inúmeros casos de violência contra homossexuais em nosso país.

Por tanto a Secretaria de Negras e Negros do PSTU, vem a público manifestar todo o seu repúdio e indignação, a mais um, dentre tantos outros fatos de cunho racista, homofóbico e machista que ocorrem no cotidiano da população negra no Brasil. A diferença está em que este fato especificamente ocorreu com duas pessoas de destaque (artista e filha de ex-ministro e um político da esfera federal), além é claro, de ter sido veiculado em um programa de televisão de grande audiência.

E os outros tantos, que ocorrem no dia a dia?
Acabam por ser invisibilizados, pelo mito da democracia racial! E continuam sendo oprimidos e explorados pela precarização do trabalho e de serviços públicos como a saúde e educação, o desemprego, a falta de moradia, a pobreza e a miséria, causada pelos senhores do capital.

Por tudo isso, fazemos um chamado a todas as negras e negros, que não menosprezem ou secundarizem, o combate à descriminação. Uma luta que só pode ser travada em aliança com todos os demais setores explorados e marginalizados da população.

Os trabalhadores, os estudantes, as mulheres, gays e lésbicas, e os povos quilombolas e indígenas. Para o trabalhador pobre e negro morador da comunidade a lei é aplicada com severidade, o que não acontece com os membros da elite econômica e política da sociedade brasileira, onde crimes são considerados pequenos desvios morais ou em alguns casos, absurdamente, liberdade de expressão. O que expressa o caráter de classe e raça do Estado e consequentemente nos faz questionar para quem a justiça é cega.

Não há saída para a população negra dentro do sistema capitalista. É parte desta luta derrotar a burguesia e instaurar o socialismo em todo o mundo.

Por uma sociedade sem desigualdade, preconceito, injustiça. É por essas e outras que a luta anti-racista é e sempre será uma luta de raça e classe.

Secretaria Nacional de Negras e Negos PSTU


Publicado em: http://www.pstu.org.br/nacional_materia.asp?id=12622&ida=0

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Podiam ser nossos filhos!


Miguel Malheiros, do Rio de Janeiro
 

• Manhã do dia 7 de abril de 2011. O trânsito começa a ficar realmente complicado. As TVs apresentam as imagens das câmeras da CET-Rio e mostram os caminhos menos engarrafados. Nos rádios repórteres aéreos localizam os pontos congestionados. Ouvintes telefonam, opinam. Mais um dia de "normalidade” no caos urbano.

Num repente a “normalidade” do caos é quebrada. À bala, o sagrado espaço da sala de aula é violado. 12 estudantes, 10 meninas e 2 meninos, tem suas vidas interrompidas pelas balas de dois revólveres do assassino Wellington Menezes de Oliveira. Ele mesmo um jovem: 23 anos. Impactadas as pessoas se perguntam: Por quê?

Antes de tudo solidariedade às vítimas e seus familiares. Cada um e cada uma das vítimas tinham irmãos, irmãs, primas e primos, pai, mãe, avós e avôs. Tios e tias. É a dor terrível da quebra da tendência natural da geração mais jovem sobreviver à geração mais velha.

Os bilhetes, flores, cartazes, afixados nos muros da escola mostram a dor e a solidariedade da população. Foram os filhos e filhas da nossa classe, a classe trabalhadora, que tombaram sob as balas assassinas. Neste momento somos todos pais e mães, estudantes, professores, professoras, funcionários e funcionárias da Escola Municipal Tasso da Silveira. As balas na cabeça de nossos filhos e filhas atingiram nossos corações, e essa também é a nossa dor.

Dez meninas e dois meninos assassinados, chacinados
Wellington Menezes de Oliveira, assassino suicida. 23 anos, vítima de bullying quando estudante passou pelas cadeiras escolares e seus problemas mentais não foram identificados. Ou não se teve mecanismos para encaminhar seus problemas. Não recebeu nenhum tratamento diferenciado.

O governo Dilma acaba de cortar 50 bilhões do orçamento da União. Continua a velha política de garantir os interesses dos banqueiros daqui e de fora. A política de seguir pagando a dívida pública à custa do resgate da dívida social. Mais de 3 bilhões cortados só na educação. Dilma não está sozinha. Antes dela Lula, FHC, Itamar, Collor, Sarney, os governos da ditadura... A política de priorizar os interesses dos ricos e poderosos tem suas consequências.

Na prefeitura e no governo do estado Eduardo Paes e Sergio Cabral privatizam espaços escolares, transferem recursos públicos da educação para a iniciativa privada. Atacam a aposentadoria, mantém salários rebaixados.

A consequência é escolas fisicamente sucateadas. O ambiente escolar, por essa combinação de diferentes elementos, deixa de ser atrativo, não responde aos anseios dos estudantes que a frequentam, tão pouco aos anseios dos profissionais que a impulsionam.

Hoje o espaço escolar, infelizmente, é palco de diferentes formas de violência. Bullying, brigas violentas, agressões – físicas até – a professores.

Não é que faltem somente professores. As escolas públicas não possuem coordenação pedagógica, faltam psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, médicos, dentistas.
Faltam inspetores, porteiros, faltam professores.

Salas de aula lotadas, 30, 35, 40 estudantes em turma. Baixos salários obrigando a dobras de vários tipos, obrigando a ter vários empregos. Tudo isso impede qualquer tipo de atendimento mais individualizado por parte dos profissionais da educação.

Hoje uma professora ou um professor, mal conseguem identificar nos estudantes problemas visuais ou motores, que dirá problemas mentais. Quando suspeitam do problema não há canais para encaminhar. Na escola não há profissionais capacitados para dar tratamento a estes problemas. Porém, também não estão na rede pública de saúde.

Ou seja, o capitalismo visa o lucro, desumaniza os seres humanos, produz doentes da sociedade, mas tratá-los, se não dá lucro, não será feito. A consequência, hoje, 12 meninas e meninos assassinados, chacinados.

TV's, rádios, revistas, jornais, vídeos-game banalizam a violência. A pobreza, e seus dramas inevitáveis, são ridicularizados e explorados. O lucro fácil colaborando com a desumanização. Colaborando com a banalização da violência, onde homicídios passam a ser triviais. Ajudam, dessa forma, a abrir caminho para mais violência urbana, agora combinada com doses de fanatismo religioso.

Os mesmos rádios, TV's e jornais que banalizam diariamente a violência uivam por detectores de metal. Clamam por colocar pessoas armadas nas escolas. Lobos escondidos em peles de cordeiros, o que vocês querem realmente é mais controle social sobre a pobreza. Mais contenção social. Já não bastam as grades, os portões de ferro? Nossas escolas se assemelham mais a prisões que a um espaço de construção de seres humanos.

Ninguém viu que Wellington sofria intensamente. Ninguém viu que a família de Wellington estava despedaçada. Ninguém viu que dentro de Wellington a loucura crescia. Ter surgido um Wellington, no Brasil, foi só uma questão de tempo.

Imitação da tragédia, o assassino suicida copiou os ataques às escolas que não são raros nos Estados Unidos. O mais importante país desse sistema econômico em que vivemos, o sistema capitalista.

Wellington, assassino suicida, 23 anos, é fruto desse sistema. Esta é a sociedade onde um punhado de pessoas explora o trabalho de milhões e milhões de seres humanos. É no capitalismo onde o homem é lobo do homem.

Este é o sistema onde os seres humanos são desumanizados. São bestializados. São transformados em monstros. Embrutecidos, alguns se transformam em feras, animais.

Sem perspectiva de vida, ou seja, sem perspectivas de realizar-se como seres humanos, o inumano floresce. Desemprego; baixos salários; trabalhos embrutecedores, alienantes. Um mundo onde o ter vale mais que o ser, onde a competição e o individualismo são incentivados, e a solidariedade e a fraternidade são vistas como curiosidades. O resultado é a cada vez maior desumanização. O mais belo do ser humano é esmagado todos os dias.

Este é o sistema, e o caldo de cultura, que geram assassinos suicidas no Rio de Janeiro ou em Columbine.[1] É sintomático que Wellington tenha buscado mulheres, tenha buscado, preferencialmente, meninas para assassinar. Não há capitalismo sem machismo.

Dez meninas e dois meninos assassinados. Entre eles podia estar sua filha, podia ser seu estudante. Não foram poucos os professores a refletir: Podia ter sido na minha escola, em minha sala de aula.

Wellington puxou o gatilho, mas não matou sozinho.

As 10 meninas e os 2 meninos, cuja juventude foi tão violentamente interrompida, são vítimas do assassino, mas também são vítimas daqueles que lucram com este sistema econômico. São vítimas dos agentes dos ricos e poderosos instalados nas prefeituras, governos estaduais, e no governo da União.

A luta pelo resgate da dívida social, contra o corte de verbas – que em última instância engorda o bolso dos banqueiros – a luta por salário, por melhores condições de trabalho e de vida, por moradias dignas e pela reforma agrária, são parte integrante da luta contra a desumanização.

Porém estas lutas têm seus limites. É necessário ir além. É preciso cotidianamente fazer a ponte entre essas lutas imediatas e a luta pelo fim desse sistema desumanizador. A luta pela construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores. A luta por um mundo onde homens e mulheres sejam realmente livres.

A luta por uma sociedade onde o homem ser lobo do homem faça parte da pré-história humana. A luta contra a barbárie, a luta pelo socialismo, coloca-se mais que nunca na ordem do dia. Impõe-se pela realidade.

Sim a vida é bela. Mas para que a geração futura possa livrá-la de todo o mal para poder desfrutá-la plenamente, depende de poder sobreviver. Depende de ter garantido o mais básico dos direitos: o direito à vida.

Às 12 vítimas um compromisso: seguiremos lutando por esse mundo sem explorados nem exploradores. Seguiremos lutando para que a expressão: lugar de criança é na escola, seja sinônimo de um espaço livre de opressão, livre de violência. Um espaço onde a infância possa ser exercida plenamente, e o melhor do ser humano possa florescer.



[1] Escola norte americana, no estado do Colorado, onde dois jovens se prepararam previamente e mataram 12 pessoas até suicidarem-se. Esta tragédia deu origem a filmes, entre eles: Tiros em Columbine de Michael Moore.


Publicado em:  http://www.pstu.org.br/nacional_materia.asp?id=12624&ida=0